Pensamentos, Rimas, Gargalhadas, Deus, Futebol, Hip-Hop, Musica, Brasil, Mulheres e Samba... este é um blog feito de Sambas da vida, Sambas de Bênçãos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

"minha Irmã"


A ansiedade é como um barata,
ou a matas ou ela se multiplica.

Acordei sobre ideias embriagadas,
Quilos de garrafas de pensamentos usadas,
calor e dores de barriga.
O dia acordou escuro, tenso,
soltou num grito uma trovoada,
gritei por instinto também, enquanto penso

Eu Sou a minha garganta, de resto…
não sou nada!
Ajoelho-me na sala escura,
sobre os meus cacos de vidro
resultado de mais uma noite de insónias.
Joelhos sangram a tentativa de ser pura,
Oro de mão sobre o Livro,
”nasci eu para viver em constante inglória?”
Vesti a roupa que se encontrava jogada na cama,
tento concentrar as lágrimas perante o olhar do meu pai.
Olhar que me assusta como chamas.
O pior é que já estou quente,
e a lágrima evapora quando sai.
O meu irmão mais velho
diz que pessoas, como ele e eu,
não nasceram para ter a vida fácil.
Que tenho que ser ágil, e na tempestade
desviar-me da chuva e do frio.
Que a nossa vida é um duro desafio,
não a lugar para brincarmos ao frágil.
Que a sabedoria vem com as feridas,
que as vitorias são morais e pouco vistosas
mas que alegram a Deus pai
e que anjos dançam sobre pétalas de rosas!
Mas o dia está frio,
a chuva cai sobre mim
a ansiedade domina-me impiedosamente.
Na multidão, gritei ninguém viu
e um sussurro me sorriu
”calma não tenhas medo”.
Falou-me como quem canta
Abraçou-me como quem me sentiu
guardou-me como se fosse um segredo.
Percebi que as vezes…
“Ouvir a voz de Deus é como ouvir um sussurro na multidão”

Dedicado a Ela.

Frase de Nuno César

Ary Freitas